Simone

Acordamos cedo para visitar o Palácio Real (e já tinha gente na fila). No dia anterior, ao chegarmos no final da tarde, o local já estava fechado.

Apesar de o Palácio Real ou Paládio dos Normandos fazer referência aos normandos, sua origem remonta a uma fortaleza erigida pelos árabes, chamada, na época, de “Palácio dos Emires”. Os reis normandos, que ali moraram durante muito tempo, ampliaram-no e o decoraram com motivos bizantinos. O grande Federico II da Suábia, culto e amante das artes, manteve lá sua corte. Bem mais tarde, durante a ocupação espanhola, o palácio tornou-se residência dos vice-reis que governavam a Sicília. A fachada (hoje renascentista) foi refeita no começo do século XVII e, nos séculos seguintes, o palácio passou por novas alterações. A ala oeste (com a Porta Nuova) foi atribuída ao Exército da Itália e é sede do distrito militar.

Durante a década de 1960, o palácio foi sujeito a profundos trabalhos de restauro ao cuidado do engenheiro Rosario La Duca.

É a residência real mais antiga da Europa. Hoje em dia é a sede da Assembleia Legislativa da Sicília. A ala oeste (com a Porta Nuova) foi atribuída ao Exército da Itália e é sede do distrito militar. O palácio é, ainda, sede do Observatório Astronômico de Palermo "Giuseppe S. Vaiana".

Além do térreo, há mais dois andares e 16 salas (quase todas no segundo andar e cada qual com um nome específico). Não é possível entrar na maioria delas; podem ser admiradas somente da porta. Também não é possível fotografar a parte interna das salas (o que é uma pena) e sempre há alguém vigiando.

No primeiro andar, está a Cappella Palatina (da qual falaremos adiante). Assim que se passa pela bilheteria, o que se vê é um grande pátio, circundado por pórticos, que não é de época normanda, mas foi construído durante o reinado dos espanhóis. É o Pátio do Palácio dos Normandos, denominado Cortile Maqueda. As colunas externas foram construídas no período do Renascimento Italiano, enquanto aquelas internas são de época medieval. 

A primeira estrutura do palácio real foi construída ainda na época da dominação árabe, no século IX. Com a chegada dos Normandos em Palermo, em 1072, iniciaram-se as obras de reconstrução daquilo que era uma espécie de fortaleza-castelo, denominada Qasr. Em 1130, após a coroação de Rogério II, primeiro rei da Sicília, a fortaleza foi transformada em Palácio Real e centro do poder na ilha. Além de núcleo principal do reinado normando, o Palácio Real se tornou também um importante centro cultural, com a criação da Escola Poética Siciliana. No final do século XIV, durante a dinastia dos Aragão, o Palácio deixou de ser a residência real, e passou a ter somente função de defesa da cidade. O lugar acabou sendo abandonado, mas retomou sua importância na segunda metade do século XVI, período da dominação espanhola, quando passou a ser a sede da corte do Vice-Rei.

A riqueza e os detalhes da decoração impressionam. A Sala do Rei Rogério (por exemplo), que se encontra no interior da Torre Pisana, é toda decorada com mosaicos do século XII que ilustram cenas de caça, plantas e animais exóticos, símbolos do poder normando.

As partes de construção atribuídas aos normandos são a Cappella Pallatina, a Torre Pisana, sede da sala do Tesouro, e a Torre da Gioaria, que hospeda no piso inferior a Sala dos Guardas (Armigeri) e, no piso superior, o chamado "Piano parlamentare", a Sala do Rei Rogério e a Sala dos Ventos.

O palácio está localizado na Piazza del Parlamento (porém, a entrada é pela Piazza Indipendenza). Aberto das 8h15 às 17h50 (de segunda a sábado); e das 8h15 às 13h (domingos e feriados). Ingresso: € 7 ou € 8,50 (dependendo do dia). O acesso aos apartamentos reais nos dias de expediente é limitado. Logo, melhor visitá-lo no domingo ou em dia de feriado.

Para chegar: de ônibus: Linhas 104; 105; 108; 110; 118 e 304; de metrô: Estação “Orleans”.

Se estiver de carro, o melhor é estacionar nos arredores do Palácio Real, pois na frente do palácio é proibido. Uma dica é procurar as ruazinhas transversais à Via Vittorio Emanuele e ao Corso Re Ruggero.

A Cappella Palatina, no primeiro andar do Palácio Real, é a capela real dos reis ítalo-normandos da Sicília.

A capela foi encomendada por Rogério II da Sicília in 1132 e foi construída sobre outra capela mais antiga (agora a cripta), construída em 1080. Foram oito anos de construção e muitos mais para que a decoração de mosaicos e obras de arte ficasse completa. Os mosaicos que atravessam a capela de um lado a outro ilustram fatos dos Atos dos Apóstolos e cada um deles está cercado por uma moldura. Os outros mosaicos, datados de 1160 e 1170, apresentam inscrições em latim. O santuário foi dedicado a São Pedro.

A capela combina vários estilos de forma harmoniosa: arquitetura normanda, islâmica e bizantina. Praticamente em nenhum outro lugar há um elemento de arquitetura islâmica decorado com figuras humanas. Isso torna a Cappella Palatina um exemplar único.  
A impressão que tivemos da cidade e das pessoas foi ótima. Os moradores são mais tranquilos, mais simpáticos e cordiais.

Um lugar que merece, de fato, ser conhecido e apreciado.

Dali, entregamos o carro que tínhamos alugado (em Florença) no aeroporto e pegamos um voo para Sevilha, na Espanha. 

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