O próximo destino foi Uyuni, a 220 Km de Potosi. Mas a viagem, feita em uma Van da Trans Emperador, dura de 6 a 7 horas, se não estiver chovendo. A estrada é íngreme e de terra. Em compensação, a paisagem é belíssima. Pedras enormes e em formatos curiosos adornam a estrada. Eu não parava de tirar fotos. No caminho, várias casas de barro e vilarejos simplórios, com plantações e criações de ovelhas e lhamas. A passagem custa 40 pesos bolivianos ou US$ 5.
Uyuni parece um faroeste. Ruas de terra, largas e quase desabitadas. Foi fundada, em 1889, pelo presidente boliviano Aniceto Arce. A maioria da população (11 mil habitantes) trabalha para o governo. O terreno inóspito e o clima ruim (a cidade é fria ao sol e gélida na sombra) não atraem muita gente para morar, a não ser de passagem. Em compensação, turistas do mundo todo vão até lá para conhecer o fantástico Salar de Uyuni.
Antes de falar do Salar, vou contar um pouco sobre a cidade. A Avenida Principal, Potosi, ou Avenida del Mercado concentra a maior parte do comércio, inclusive o Mercado Municipal. Comemos em um restaurante de esquina, de dois andares, uma excelente comida. Há pratos para todos os gostos. Pedimos uma lasanha de legumes e um filé com arroz e purê.
Na cidade, há a Torre do Relógio e, em frente à torre, do outro lado da Avenida Potosi, está a igreja. Guie-se por elas para não se perder.
Para visitar o Salar, não faltam agências oferecendo passeios.
O tour de um dia sai de Uyuni pela manhã, passa por Colchani, vilarejo na borda do salar onde pode-se comprar artesanatos de sal, cruza o Salar até a Isla del Pescado, com escala no Hotel de Sal, retornando à note, geralmente com uma parada no Cemitério de Trens, um ferro-velho de máquinas ferroviárias, a 1 km da cidade. Custa, com o almoço incluído (arroz, alpaca, salada e bananas), 30 dólares. Vale a pena, pois o Salar é uma das grandes atrações no continente sul-americano. O almoço é bem caseiro. O guia leva no carro (geralmente são jipes) toda a comida e utensílios para que possamos nos servir durante o passeio.
É oferecido, ainda, o tour de 4 dias, em carros 4x4. Este sai, por pessoa, 85 dólares, visitando também lagunas e desertos da região.
O Salar de Uyuni é um deserto formado pela evaporação de lagoas de água salgada ao longo de milhares de anos. É o maior da terra, com uma área plana de 12 mil km², a 3.600 m de altitude. No inverno (época que atrai mais turistas), de maio a novembro, pode-se rodar mais de 100 km em linha reta, deslizando como se estivesse em uma mesa lisa, plana e reta de sal. No verão, de dezembro a abril, as águas escorrem pelos Andes e formam um lago de 5 a 50 cm de altura sobre o chão de sal. A extração de sal, feita por trabalhadores locais, é diária.
O Hotel de Sal faz juz ao nome. Tudo foi construído com blocos de sal: paredes, piso, teto, até as camas. A diária sai por 20 dólares, com direito ao café da manhã e ao jantar.
No final do dia, regressamos ao nosso hotel. Há vários próximos ao terminal de ônibus (se é que se pode chamar assim, pois é apenas uma lojinha que vende passagens). São, em geral, simples e básicos. No nosso, o tempo do chuveiro quente ligado era regulado. Só mesmo na Bolívia!
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