Simone

Bem em frente há uma estação dos bondes elétricos que ligam o bairro a Downtown Tampa. Os bilhetes podem ser comprados nas máquinas em cada uma das estações e o serviço não costuma demorar. 

E é para Downtown que seguimos depois. O local abriga os modernos arranha-céus, quase todos envidraçados e vistos de diversos pontos da cidade. Mas só chegando perto do centro é que se pode ver as torres mais importantes da região, na Universidade de Tampa. São seis, no total, imitando os minaretes de mesquitas, compondo com sete cúpulas um visual bastante diferente das tradições arquitetônicas da Flórida.

A arquitetura neomourisca (estilo surgido na Europa no século XIX, que buscava imitar e recriar a arte islâmica antiga) do prédio foi idealizada pelo empresário Henry B. Plant, magnata do setor ferroviário nos EUA na segunda metade do século XIX. Em 1891, ele inaugurou ali o Tampa Bay Hotel, numa iniciativa de US$ 2,5 milhões (à época, uma fortuna incalculável) para ajudar a promover as linhas férreas do Oeste da Flórida, de sua propriedade. O visual exótico era apenas uma das inovações do hotel: todos os 511 quartos tinham eletricidade e telefone, algo inédito no estado, assim como o elevador, até hoje em atividade. Numa área de 24 mil metros quadrados, o Tampa Bay tinha também cassino, pista para corridas de cavalos, boliche, piscina aquecida e campo de golfe.

Após seu fechamento, em 1930, as luxuosas suítes viraram salas de aula e os jardins, um parque público, o Plant Park. A ala leste do prédio foi transformada em museu (Henry B. Plant Museum), cujo acervo guarda parte da história da Flórida na virada do século XIX para o XX. Às terças e quintas, há uma visita guiada às 13h30.

A universidade fica às margens do Rio Hillsborough, que corta boa parte de Tampa. No lado oposto está outra ótima área de lazer em pleno centro da cidade, a Gasparilla Plaza. Recentemente reformulado, o espaço oferece uma fonte para refrescar em dias de calor e abriga o Tampa Museum of Arte o Glazer Children's Museum. É uma delícia caminhar por ali.

O primeiro reúne, há mais de 30 anos, um acervo eclético, com espaço tanto para peças da Antiguidade até arte moderna e videoinstalações. O novo prédio, uma construção que de longe parece uma caixa de metal, foi inaugurado no ano passado, no lugar do antigo museu, demolido em 2008. O segundo, colorido (branco, amarelo e laranja) e com o slogan “Esse não é um museu para seus pais. É o seu museu", possui um acervo recheado de atrações lúdicas, voltadas para visitantes de até dez anos de idade. Ambientes do cotidiano e paisagens naturais são reproduzidos como grandes brincadeiras, da mesma forma como noções de ciências e saúde são passadas – tudo priorizando o caráter educativo.

A Gasparilla Plaza marca o início do Riverwalk, um calçadão que margeia o Hillsborough, é ponto de encontro de esportistas e percorre alguns dos principais pontos de interesse de Downtown, como o FL Museum of Photographic Arts, o Convention Center Park, o St. Petersburg Times Forum (ginásio que recebe os jogos do time de hóquei no gelo local) e o Tampa Bay History Center – museu oficial da História da cidade, que mostra a ocupação no fundo da Baía de Tampa desde as primeiras aldeias dos índios seminoles até os dias atuais, passando pela chegada dos espanhóis e as imigrações de cubanos e italianos.

Outra boa maneira de conhecer o trecho urbano do rio é a bordo de uma das pequenas lanchas que fazem tours aquáticos. A maioria sai diariamente e em diversos horários de um píer nos fundos do hotel Sheraton, pouco acima da universidade e da Gasparilla Plaza.

E quando o assunto é gastronomia, duas regiões próximas a Downtown são bastante procuradas pela oferta de bistrôs, bares e restaurantes: Harbour Island e Hyde Park Village. Na primeira, belos prédios residenciais, uma marina e muitas ciclovias. O local abriga também o Tampa Bay Times Forum, mais conhecido por ser a arena do Tampa Bay Lightning, time de hóquei no gelo da NHL. Aberto em 1996, tem capacidade para 19.500 torcedores. Já o Hyde Park Village destaca-se pela feira de arte/artesanato/antiguidadesnos finais de semana. Um lugar bem descontraído.

Ao sul de Downtown, na parte mais antiga do Hyde Park, está a Bayshore Boulevard, uma via beira-mar (na baía Hillsborough). Tampa afirma que a calçada ali construída, que dá uma visão incrível da baía e da cidade, é a mais longa calçada contínua no mundo, com 7,2 km de comprimento e 3 m de largura – perfeita para o lazer e prática de esportes. A região conta ainda com ciclovia, um parque, restaurantes e muitos casarões residenciais e prédios históricos. 

Ao final da tarde fomos ao Teatro de Tampa (Franklin Street Mall, 711), na região central. O prédio antigo (de 1926), mas restaurado na década de 70, conserva o estilo “retrô” e sedia peças teatrais, concertos e filmes. Assistimos a Enemy (2013) que, no Brasil, recebeu o título de Homem Duplicado. O protagonista é Jake Gyllenhaal. Na parte de cinema, o teatro tem uma programação constante de filmes antigos.

A visita em Tampa terminou com a ida ao interessante Museum of Science and Industry (MOSI). São três andares de muita diversão, experiência aprendizagem, com mais de 450 exposições interativas. Com exceção do planetário, tudo vale a pena ver. Localizado fora da cidade, na 4801 E Fowler Avenue. Aberto de segunda a sábado, das 10h às 17h; e sábados e domingos, das 10h às 18h. Ingresso: US$ 23 e mais US$ 5 para o estacionamento.

Os food trucks que, agora, são novidade no Brasil já estavam por lá. Só na saída do museu, havia dois: um vendendo comida mexican e outro, comida local.

Se você tiver pouco tempo, priorize a visita à belíssima universidade e seus jardins, à Gasparilla Plaza e passeie pelo Riverwalk às margens do rio. Se der para esticar, visite o estiloso bairro de Ybor City.
Em Tampa, ficamos hospedados no Ramada Inn (11714 Morris Bridge Road). O hotel é ótimo, tem quartos limpos e amplos, com frigobar e TV. A diária de US$ 90 inclui café da manhã, Wi-Fi e academia de ginástica.

No dia 23 de março de 2014, pegamos um voo de Tampa-Miami-Brasília.

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