Simone

Em 07 de setembro, partimos cedo da South Station em Boston para Montreal, pela empresa de ônibus Greyhound (passagem a US$ 74,80). Chegamos na Station Centrale d’Autobus (Estação Central de Ônibus) de Montreal às 15h.
Ficamos hospedados no Hotel Viger (1001 Rue Saint-Hubert), central e a poucas quadras da estação, com wi-fi livre e com razoável café da manhã (croissant ou muffin, suco, chá ou café). Diária para casal a US$ 60.
Há diversos hotéis em frente à rodoviária. Não faltam opções.
Montreal é a maior cidade da província de Quebec, a segunda maior cidade do Canadá e também a mais populosa. Possui a segunda maior população falante do francês do mundo, depois de Paris. Porém, Montreal tem uma considerável comunidade que fala inglês, e um crescente número de pessoas cujo idioma materno não é nem o francês nem o inglês.
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Em Montreal, as sinalizações estão em francês e inglês. Nas placas dos veículos, lê-se: “Quebec, Montreal. Je Me Souviens”, que significa “Quebec, Montreal. Eu me lembro”. Ou seja, é impossível esquecer Montreal.
Chegar a Montreal vindo da província de Ontário, onde o inglês predomina e não o francês, é como passar da Inglaterra para a França.
Bela construção
Apesar do clima muito frio, Montreal é uma cidade bonita, onde tudo parece funcionar bem. Desde o transporte público até os serviços essenciais, desde a segurança até a educação e o sistema de saúde, Montreal, e toda a província de Quebec, podem servir de exemplo a muitos lugares no mundo.
O metrô, com 4 linhas (amarela, azul, laranja e verde), é eficiente e barato. A passagem avulsa custa US$ 2,75, mas o cartão para um dia custa US$ 7 e o para 3 dias, US$ 14 (foi o que adquirimos). Mesmo que não se utilize durante todo o período, vale a pena. Ao comprar o tíquete ou o cartão nas estações de metrô, peça o mapa. Além da sinalização do metrô e das principais vias da cidade, aponta que atrações turísticas há em cada parada, auxiliando bastante o turista. Excelente!
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A melhor parte do centro de Montreal, com muito comércio, fica em torno das ruas Sainte Catherine, René Levesque, Bolevard Sainte Laurent, e Rue Sainte Urbain. Entre os pontos interessantes, estão a praça Ville Marie, a Place Bonaventure e os bairros do Quartier Latin e Quartier Chinois.
Centro subterrâneo
No inverno rigoroso, pode-se circular pelo centro subterrâneo de Montreal, onde todas as principais áreas do centro essão interligadas por um sistema de passagens para pedestres, túneis e escadas rolantes, que unem os prédios comerciais, de trabalho, áreas de lazer, praças, hotéis, mercados, cafés, restaurantes, cinemas, museus e diversos pontos turísticos. Isso permite que a vida continue normalmente, tendo em vista que no auge do inverno é comum a neve chegar a meio metro de altura nas ruas. É uma das maiores cidades subterrâneas do mundo, com 32 km. Possui ainda túneis que dão acesso às estações de metrô, trem e ônibus. Nada parece lembrar que se está no subsolo.
O ponto mais movimentado está na região das estações de metrô Peel e Place-des-Arts; e Lucien-L’Allier e Place d’Armes (Linha Laranja).
A cidade subterrânea fica aberta durante as horas de operação do metrô: das 5h30 até 1h da madrugada. Alguns pontos de acesso somente ficam abertos durante o horário comercial. Uma das entradas para a cidade subterrânea é o Montreal Centre Eaton (rua Sainte Catherine), um shopping com 175 lojas e 32 restaurantes. Adjacente ao Eaton, está o Complexe Les Ailes, também com inúmeras lojas. Na esquina seguinte, o La Baie/The Bay, a maior loja de departamentos do Canadá, com sete andares em sua loja de Montreal, onde se encontram artigos de todos os tipos. Todas essas lojas ficam na rua Ste. Catherine. De metrô, deve-se descer na estação McGill (linha verde).
Em frente ao nosso hotel (parada mais próxima do metrô é a Champ-de-Mars), está o Edifício Gilles-Hocquart, onde funciona a Bibliotèque et Archives Nationales (Biblioteca de Arquivos Nacionais).
Câmara Municipal
Na rua abaixo do hotel, pode-se ver a bela arquitetura do Hôtel de Ville de Montreal (Câmara Municipal), onde há uma estátua de Jean Vauquelin (1728-1772), um oficial da marinha francesa.

Old Montreal
Montreal é uma ilha, erguida ao longo do rio St. Lawrence. A Old Montreal ou Vieux Montreal (Velha Montreal), com ruas estreitas e charmosas, galerias, museus, boutiques, cafés inspiradores, restaurantes de gastronomia variada, construções antigas de pedra e muitas atrações turísticas, está próxima ao rio.
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O Tour de L’ Horloge ou Clock Tower (Torre do Relógio), inaugurado em 1919 para marcar a entrada das instalações portuárias, está à beira do rio, num local conhecido como Vieux Port. Ali há um píer para as pessoas caminharem, o Centre de Histoire de Montreal, o Centre de Sciences de Montreal, Musée de Arqueologie et d´Histoire, Cinema Imax de Montreal, além do Marché Aux Puces – mercado de pulgas da cidade, onde se pode encontrar diversos itens interessantes.
As principais ruas de Old Montreal são: Saint-Paul (aqui paramos para fazer um lanche na Creperie Suzette), Notre-Dame, Sainte-Hélène, Saint-Jacques e De la Commune com construções erigidas por mercadores e industriais por volta de 1870. Na rua Sain-Paul há um largo calçadão para pedestres. Ali também está o Auberge Bonsecours Bed & Breakfast (www.aubergebonsecours.com), com quartos bem decorados e confortáveis e um amplo jardim.
Mercado
O City Hall e o Marché Bonsecours (mercado) são algumas das atrações na área. O City Hall (rua Notre-Dame) foi edificado entre 1872 e 1878 e sobreviveu ao grande incêndio que assolou a cidade em 1922. O imponente Marché Bonsecours (rua St. Paul) foi aberto em 1847. Já restaurado, abriga hoje algumas lojas. Ao seu lado, está a Chapelle Notre-Dame-De-Bon-Secours (capela), fundada por Marguerite Bourgeoys, primeira professora de Montreal e fundadora da capela, que viveu durante o século XVII. O museu exibe as suas realizações, que recordam a grande coragem dos primeiros colonizadores da cidade, além de arte religiosa.
Notre-Dame Basilica
O coração do distrito histórico é a Place d’Arms (Praça de Armas), que transporta o turista no tempo. Lá está a Notre-Dame Basilica, a enorme e magnífica igreja gótica, com suas torres repletas de sinos, datada de 1829. Seu interior também surpreende: pintado com tons dourados e cinzas, com decorações em madeira; esculturas; pinturas; e mosaicos de vidros coloridos. Aberta diariamente, das 7h às 17h. Um tour de 20 minutos custa US$ 5. Ao lado da igreja, a Chapelle du Sacré-Couer (Capela do Sagrado Coração).
Na praça, situa-se também a Notre-Dame-de-Bon-Secours Chapel, de belíssima arquitetura e com uma incrível ornamentação interior. Abre de terça a domingo; de março a abril e de novembro a janeiro, das 11h às 15h30, e de maio a outubro, das 10h às 17h30. Ali também está o Vieux Palais de Justice (antigo Palácio da Justiça).
Place Jacques-cartier No mesmo distrito histórico, há a Place Jacques-Cartier e seu monumento ao Almirante Nelson (inglês e considerado um dos maiores comandantes militares), criada no início do século XIX. Originalmente, funcionava ali um grande mercado; hoje, repleta de cafés e restaurantes, é palco para artistas e artesãos exporem seus trabalhos.
Imperdível é o Oratoire Saint-Joseph (Oratório São José), com 152 m de altura e uma enorme cúpula verde. Para chegar, pegue a linha azul do metrô e desça na parada Côte-Des-Neiges. A basílica, Católica Romana, situada na ladeira norte do Mont Royal e construída entre 1924 e 1967, tem a segunda maior cúpula maior no mundo, ficando atrás apenas da Basílica de São Pedro no Vaticano, em Roma, sendo a maior igreja do Canadá.
Oratório São José
Em 1904, o Irmão André (Alfred Bessette) começou a construção de uma pequena capela ao lado do monte próximo ao Colégio Notre Dame. Mas era pequena demais para acolher as procissões. Decidiu-se, então, pela construção de uma igreja em 1915. Os planos previam a construção de uma cripta coberta por uma basílica. Os trabalhos iniciaram-sem em 1916, seguindo os planos dos arquitetos Dalbé Viau e Alphonse Venne.
A inauguração e a consagração aconteceram em 1917. O nome cripta é devido à abóbada encontrar-se sobre arcos rebaixados e sua posição, aos pés da basílica. A cripta pode acolher mil pessoas, e recebe a visita de fiéis que participam das missas cotidianas.
O corpo do irmão André (falecido aos 91 anos) situa-se dentro de uma tumba na capela funerária ao lado da igreja. O arco em tijolo foi desenhado pelo arquiteto Dom Paul Bellot. O então primeiro ministro do Quebec, Maurice Duplessis, amigo pessoal do religioso, ofereceu o mármore negro da sepultura.
A basílica é dedicada a José de Nazaré, a quem o Irmão André creditou todos os seus supostos milagres. Em exposição na basílica, há uma parede coberta com as imagens daqueles que ele supostamente curou. O Papa João Paulo II reconheceu a autenticidade dos milagres e o beatificou em 1982.
No distrito de Ville-Marie (acesso pelo metrô linha laranja, estação Bonaventure), a Cathédrale Marie-Reine-du-Monde é a sede da arquidiocese de Montreal. É a terceira maior igreja da província de Quebec, atrás somente do Oratório São José e da Basílica Sainte-Anne-de-Beaupré. Ignace Bourget, o segundo bispo católico romano da cidade, ordenou sua construção para substituir a antiga Cathédrale Saint-Jacques de Montreal, que tinha sido destruída no grande incêndio de Montreal em 1852.
Na mesma região, está o Planétarium de Montreal (1000, rua St. Jacques). Inaugurado em 1966, seu grande teatro, de cúpula hemisférica, já foi palco de 58 mil apresentações, tendo atraído cerca de seis milhões de pessoas. Situado a apenas um quarteirão da estação de metrô Bonaventure (linha laranja). Dentro da estação, siga as indicações de saída para a rua De La Cathédrale. Lá fora, siga abaixo rumo à rua St. Jacques. O planetário fica do lado direito.
Montreal - vista do Parc Mont Royal
Montreal possui centenas de parques e áreas verdes dentro da cidade e nas várias ilhazinhas cercando a Ilha de Montreal. Um deles é o Parc Mont Royal (de metrô, linha laranja, até a estação Mont Royal e, depois, o ônibus 11), que é parte de um imenso parque urbano, localizado no alto de uma colina, próxima ao centro. Do alto do morro, a 234 metros de altura, é o local ideal para fotografar a cidade. No meio do parque há um lago (Beaver Lake) que congela no inverno, transformando-se num imenso rinque de patinação.
Biosphère Outro parque que oferece uma preciosa vista da cidade é o Parc des Iles de Montréal ou Parc Jean-Drapeau, o maior da cidade, situado no meio da ilha ('ille' em francês) Sainte Héléne, de onde se tem uma vista preciosa do centro de Montreal. No local, além da área verde com belos jardins, pode-se visitar a Biosphère, uma interessante mistura de museu e experimento científico, criado para a Feira Mundial de 1967; o Musée Stewart, construído pelos ingleses em 1820; o La Ronde, o maior parque de diversões da província de Québec, com uma montanha russa gigantesca; e o Cassino de Montreal, para quem quer tentar a sorte no jogo. Para chegar, basta pegar o metrô (linha amarela) e descer na estação Jean-Drapeau.
Centro olímpico e a torre inclinadaEstádio Olímpico
Imperdível é a visita ao Centro Olímpico de Montreal, cuja grande torre inclinada com 165 m de altura é a marca registrada. O complexo foi construído para as Olimpíadas de 1976, disputadas na cidade. Esta é a mais alta torre inclinada do mundo e um elevador panorâmico de dois andares, chamado de ‘funiculaire de la tour de Montreal’, vai até o topo. Ele sai do saguão principal do térreo e sobe pela parte externa da torre, de onde se tem uma vista completa da cidade. Aproveite para tirar muitas fotos. Em dias de céu limpo, a visibilidade chega a atingir 85 km de distância. Um elevador com capacidade para até 76 pessoas faz em 90 segundos o transporte para o topo da torre.
Além da torre, o complexo reúne prédios e construções de arquitetura ousada, o estádio olímpico, com capacidade para 56 mil pessoas, um jardim botânico (inaugurado em 1931, é o segundo maior do mundo, perdendo apenas para o Jardim Real de Kew, em Londres, Reino Unido), um insetário, o Biodôme – um museu ambiental que reproduz quatro ecossistemas diferentes – do clima tropical ao ártico, e o Parc Maisonneuve. Pagam-se CA$ 15 (dólares canadenses) para subir na torre; CA$ 16 para o Biodôme; e tours de 30 minutos pelo Centro Olímpico custam CA$ 8. O centro esportivo abre diariamente, das 9h às 17h. Para chegar pega-se o metrô (linha verde), descendo na estação Viau. Ou, se estiver vindo do Jardim Botânico, na estação anterior (PIE-IX), pode-se vir andando por um corredor, que faz parte da cidade subterrânea.
Place-Des-Arts
Montreal respira cultura. Pegando a linha verde do metrô e descendo na Place-Des-Arts (Praça das Artes), há o Complexo Desjardins (dos Jardins); o Musée d’Art Contemporain de Montréal (Museu de Arte Contemporânea), aberto de terça a domingo, das 11h às 18h, na rua 185 Sainte-Catherine Ouest; e o Festival Des Films Du Monde, onde ocorre anualmente o Festival de Cinema de Montreal. À noite, a iluminação feita com efeitos especiais cria um ambiente acolhedor e belo.
Próximo dali, na estação anterior (McGill – linha verde), pode-se visitar o excelente Museu McCord de História Canadadense; o Centro Canadense de Arquitetura; a Cathédrale Christ Church (635 Saint Catherine Street West, entre Union Avenue e Aylmer Street), igreja anglicana em estilo neogótico; e a imponente Universidade McGill, composta de vários prédios. Dentro da universidade, há o Museu Redpath, de história natural, mandado construir em 1882 por Peter Redpath, um industrial e filantropo que fez grande fortuna com o açúcar. Hoje, é dos melhores museus do Canadá, devido às suas extensas coleções de Etnologia, Mineralogia, Paleontologia, Geologia e Biologia.
O Museu McCord é associado à Universidade McGill, e as coleções são do século XIX e XX. Mais de 29.000 vestimentas, artefatos e 750.000 imagens históricas impressionam, além de móveis, roupas, prataria, pintura, desenho, manuscritos, documentos, fotografias (quando estivemos lá havia uma excelente exposição com retratos de mulheres aborígenes, da fotógrafa e documentarista Nance Ackerman) e muita arte folk. As exibições são muito bem montadas e as legendas estão em inglês e francês. Situado na 690 rue Sherbrooke Ouest e na rua Victoria (em frente à universidade). Aberto, de terça à sexta, das 10h às 18h (nas quartas, fica aberto até às 21h); e nos finais de semana, das 10h às 17h. Entrada a US$ 13 (adulto) e US$ 7 (estudante).
Próximo à Praça das Artes, encontra-se a Basílica de São Patrício. Construída em 1847, suas colunas foram ornamentadas em estilo gótico para suprir as necessidades dos imigrantes britânicos que chegaram ao Canadá. A igreja já passou por quatro restaurações. Designada como um monumento histórico pelo governo de Quebec, em 1996, foi nomeada Patrimônio Histórico do Canadá. Localizada na 454 blvd. René-Lévesque Ouest. De metrô, o acesso é pela linha laranja, descendo na estação Bonaventure.
Montreal reúne muitos motivos para atrair muitos visitantes. Bela de dia e de noite. No verão, com espaços ao ar livre, fica ainda mais atraente. Downtown, Crescent St. e a região de Plateau Mont-Royal são os endereços certos para quem busca movimento. O Quartier Latin e o The Village oferecm muita agitação. E para quem quer respirar cultura, o destino é o Quartier des Spetacles (Quarteirão dos Espetáculos), com mais de 80 estabelecimentos oferecendo atividades diversas. Além disso, é um destacado pólo de moda e de compras. Os endereços da moda são as ruas Montagne, Sherbooke e Sainte-Catherine West e as lojas de departamento mais famosas, Ogilvy, Holt Renfrew, Simons e The Bay. Há oito shoppings locais, com mais de 3 mil lojas.
Montreal possui uma das populações mais bem educadas do mundo, possuindo a maior concentração de estudantes universitários per capita de toda a América do Norte. A cidade possui quatro universidades – duas delas francófonas e duas delas anglófonas – e 12 faculdades. É um centro da indústria de alta tecnologia, especialmente na área de medicina e na indústria aeroespacial. E, atualmente, é uma das cidades mais seguras do continente americano, sendo que em 2005 foram cometidos apenas 35 homicídios.

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