Próximo destino: Montevidéu. A visita a capital uruguaia, localizada às margens do Rio da Prata, não estava em nosso roteiro original. Ainda bem que sobrou tempo para conhecê-la. Apesar de quase metade da população do país viver na capital (1,6 milhão de habitantes), a cidade mantém-se tranqüila. O trânsito é incrivelmente calmo, as pessoas simpaticíssimas e educadas; e mescla com muito charme as características de metrópole moderna e de seu passado colonial, com a presença de monumentos belíssimos no centro histórico.
A viagem de ônibus (no dia 29 de março) durou 8 horas. A passagem custou 80 pesos ou US$ 26. Chegamos bem cedo no terminal Três Cruces, a uns 10 minutos do centro, de ônibus. Diversas linhas passam pela Avenida 18 de Julio e vão até o centro, por US$ 0,70. Já do aeroporto até o centro (distância de 30 km), o ônibus custa cerca de US$ 1,50 e a viagem leva cerca de uma hora.
Nós pegamos um táxi do terminal até a Pensión Nuevo Ideal, pois quando chegamos ainda era noite, começando a amanhecer. Fica na Calle Soriano, 1073. Quartos grandes e limpos. Diária para casal: US$ 20.
Um bom ponto de partida para conhecer a cidade é a Plaza Independência, no final da Avenida 18 de Julio. É nela que está o monumento mais famoso da cidade, erguido em homenagem ao general Artigas, e o mausoléu onde estão guardados os restos mortais do homem que proclamou a independência do Uruguai. Da praça pode-se ver o Palácio Salvo, construído em 1928, que já foi sede do governo, e ainda hoje é o prédio mais alto da cidade.
A Puerta de la Ciudadela, antiga porta da época colonial, quando a cidade era cercada por uma muralha, marca o início da Ciudad Vieja, zona que preserva a maior riqueza histórica de Montevidéu. Na Calle Buenos Aires, fica o Teatro Sólis, o principal do país, inaugurado em 1856 e onde já se apresentaram grandes artistas.
Outro Museu é o da la Moneda y del Gaucho, que pertence ao Banco da República (com colunas na sua fachada, construção em estilo neoclássico). Mostra artefatos da história do povo uruguaio e uma coleção de moedas e cédulas antigas.
Uma boa notícia é que a entrada é gratuita em todos os museus.
Destaque para a sede do Congresso, o Palácio Legislativo, que é belíssimo; e para a moderníssima Torre das Telecomunicações.
A cidade é bem arborizada e é repleta de praças e largos calçadões. Entre as praças, destacam-se a Plaza del Entrevero ou Fabini e a Plaza Cagancha, ambas na Avenida 18 de Julio, bem próximas uma da outra. Na Plaza Cagancha, há o Mercado de los Artesanos, uma típica feirinha hippie.
Próximos à Playa Pocitos, com 67 km de costa, estão alguns shoppings center. Caminhar ali, ao final do dia, é uma maravilha. Há ônibus do centro para a praia.
Em 02 de abril, partimos para a cidade mais antiga do Uruguai, Colônia do Sacramento. Foi fundada pelos portugueses em 1680 e preserva até hoje sua arquitetura colonial, tanto que foi declarada Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade.
Às margens do Rio da Prata, está localizada a 180 km de Montevidéu e a 50 km de Buenos Aires, e possui cerca de 20 mil habitantes.
Suas ruas estreitas de pedras, iluminadas por antigos lampiões; casas cobertas com telhas de barro e decoradas com azulejos lusitanos remontam ao tempo de sua colonização. Foi alvo de várias batalhas entre Portugal e Espanha, devido à sua estratégica localização.
A cidade é bem pequena e o prazer em conhecê-la está no passeio a pé. Só será necessário pegar ônibus caso queira visitar o Complexo de Real de San Carlos, a 5 km da cidade. Começou a funcionar em 1910 e é formado por uma Plaza de Toros (em estilo mouro, tinha capacidade para 10 mil espectadores), um hipódromo e um estádio, mas estão em mau estado de conservação. Hoje, todos estão desativados. Há uma praia no local, boa para banho. Mas o centro histórico é bem melhor.
Um meio de transporte bem popular na cidade é a motocicleta.
O terminal de ônibus fica ao lado da estação de Buquebus (porto). Na Avenida General Flores, em frente à Plaza 25 de Agosto, estão os escritórios das companhias de transporte que vendem as passagens. Da praça, dá para chegar a pé a qualquer hotel. A prefeitura de Sacramento é bem bonita.
Há restaurantes e cafés para todos os gostos. Predominam as parrilladas e frutos do mar.
Construções, ruínas, museus e ruelas do Bairro Histórico são o grande atrativo. Existem vários mirantes ao longo das margens do rio. O Puerto de Yates, na margem oposta do Bairro Histórico, é uma construção mais atual.
Ao longo das margens do rio há diversos bastiones – antigas fortificações da época colonial que fizeram parte da muralha defensiva da cidade, usadas para vigiar o rio e prevenir ataques de Buenos Aires. O Bastión del Carmen é um privilegiado mirante ao final da Calle Rivadávia. Há outros, como os de San Miguel, San Juan, Santa Rita, de la Bandera e de San Pedro. Nas ruínas, encontram-se ainda alguns canhões.
O ponto de partida do Bairro Histórico é a Puerta de Campo, inaugurada em 1745. Ao passar por esse pequeno arco de pedra, pode-se chegar ao Rio da Prata caminhando pelo Paseo de San Miguel.
A ruela mais famosa é a Calle de los Suspiros, onde estão as casas mais antigas. Na Plaza Mayor, a poucas quadras, estão o Farol da Colonia (pode-se subir nele), as ruínas do antigo Convento de San Francisco e alguns museus.
Os museus são ótimos e têm preço único: 10 pesos ou US$ 0,32. São eles: o Museu Municipal, o do Azulejo, o Espanhol, o Português, o Indígena, Casa Nacarello e Arquivo Nacional.
Na área, também está a Iglesia Matriz de Colonia, a mais antiga do país, que começou a ser erguida em 1680.
Passamos um dia. Às 4h da madrugada, pegamos um buquebus (ferry-boat) para Buenos Aires. São 3 horas de viagem. O buquebus é gigante, você nem sente que está na água. Dentro, há restaurantes, salas de jogos, banheiros, é como se fosse um navio. Extremamente cômodo. A passagem custou US$ 23,50. Desembarcamos no Puerto Madero, em Buenos Aires.
Nosso voo para o Brasil partia de lá. Uma excelente viagem, o que só aumentou nossa vontade de viajar mais, sempre mais.
Ao todo, foram 25 viagens: 2 de avião, 21 de ônibus, 1 de caminhão e 1 de buquebus.
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