Simone



Saindo do nosso hotel à esquerda e virando novamente à esquerda há o Wat Ounalom ou Wat Onalaom. E atrás dele o Kandal Market, uma espécie de restaurante a céu aberto. Ovos são cozidos ali mesmo em grandes panelas; frango e peixe, fritos em frigideiras; além de vender frutas, legumes e macarrão.  Há mesinhas bem baixinhas, típicas da região, onde as pessoas sentam para fazer suas refeições. E, no meio de tudo, ainda há um barbeador/cabeleireiro com um salão improvisado (cadeira, espelho e utensílios para o exercício da profissão).
Existem, pelo menos, mais uns 10 mercados como esse, mas o maior é o Mercado Central(Psar Thmey, que significa “novo mercado”), situado num edifício em estilo colonial no centro da capital, perto do Wat Phnom (templo no alto de uma colina) e do Sisowath Quay, de onde saem os tours com turistas pelo rio. O edifício que abriga o mercado é de 1937 e tem uma cúpula central. Ali pode-se comprar de tudo: comida, roupas, bolsas, malas, joias, eletrônicos, lembrancinhas, antiguidades e até guias de viagem. Aberto das 5h às 17h.
Em estilo colonial, destacam-se também o prédio dos Correios (Grand Post Office Building), e o Raffles Le Royal Hotel. O hotel, fundado em 1920 e com 170 quartos, fica entre o Mercado Central, os Correios, a Biblioteca Nacional e a Railway Station. Distante a 30 minutos (de carro) do aeroporto e a 45 minutos, de tuk-tuk.

Partindo dali para o Wat Phnom (localizado no alto de uma colina no centro de uma pequena praça), um tuk tuk custa US$ 2.  O templo, que significa “Temple Hill”, é simples se comparado com as demais construções na cidade. Sem muitos ornamentos, destaca-se mais pela cor branca e por ficar no alto de um monte. Ao redor, pode-se perceber alguns macaquinhos nas árvores. O acesso à colina é cobrado: US$ 1. Mantenha seu tíquete na mão, pois toda hora aparece alguém perguntando se você pagou. E para entrar no templo, é necessário tirar os sapatos e não estar usando roupas curtas ou estar com os braços expostos. No interior (todo decorado em vermelho), a imagem dourada de Buda e inúmeras oferendas deixadas para eles.


Na porta do templo ficam uns adultos e crianças com gaiolas repletas de passarinhos. É uma forma de eles ganharem dinheiro já que você pode pagar para libertá-los. Mas é um crime ver tantos em uma gaiola só, tão apertados. Você pode até soltá-los, o problema é que eles capturam outros novamente tirando-lhes a sua liberdade maior: voar.

As duas próximas atrações, no meu ponto de vista, são obrigatórias, pela importância histórica: Tuol Sleng Genocide Museume The Killing Fields.

O Museu do Genocídio Tuol Sleng (S-21 Prison, Street 113, Boeng Keng Kang 3, Chamkar Morn) fica um pouco escondido, na esquina de uma rua estreita. O melhor é ir de tuk-tuk (lembre-se de sempre combinar o preço antes, mas a corrida é barata, só que o motorista vai pedir sempre mais do que vale).


Infelizmente, o local retrata o passado recente e terrível do Camboja. A escola transformada em prisão (vários blocos de três andares), em 1975, foi palco de mais de 14.000 pessoas torturadas que, depois, eram levadas aos campos de matança. Apenas oito prisioneiros sobreviveram e, graças a eles, sabemos um pouco do que aconteceu. A foto desses 8 corajosos homens está estampada no presídio (hoje museu), claro, assim como de inúmeros outros homens, mulheres e crianças que ali foram aprisionados em precárias condições. Todas as celas tinham objetos de tortura, uma cama sem estrado e um pequeno prato onde era fornecida alguma comida. Havia compartimentos menores para tortura também, onde mal cabia alguém em pé, esses locais eram escuros e claustrofóbicos. O pior era a forca onde os prisioneiros eram amarrados de cabeça para baixo até perderem a consciência e, quando isso acontecia, os interrogadores mergulhavam a cabeça dos prisioneiros numa água suja e mal cheirosa para que voltassem a si. As inúmeras celas hoje possuem fotos das pessoas ali castigadas, quase até a morte, e alguns registros escritos. Algumas, em especial, chocam pelo olhar desesperado de quem sabia que não havia como escapar daquele horror. Há um documentário “S21: The Khmer Rouge Killing Machine”, facilmente encontrado nas lojas, a US$ 1,50-2. A taxa de ingresso ao museu custa US$ 2.


Para dar sequência ao que vimos, seguimos (de tuk tuk novamente) rumo ao The Killing Fields (The Killing Fields of Choeung Ek). Os campos de extermínio estão localizados a 17 km do centro, o que faz a viagem durar aproximadamente 40 minutos.

O Khmer Vermelho escolheu um antigo cemitério chinês para matar 20.000 pessoas (cambojanos e estrangeiros) durante o reinado de barbárie, que durou quatro anos (1975-1979). Hoje o local é marcado por uma stupa budista repleta de cerca de 8.000 crânios humanos – as laterais são feitas de vidro para que os visitantes possam vê-los de perto. Lá dentro, é bem apertado e quente, então o melhor é olhar de fora mesmo. Se entrar, é necessário tirar os sapatos.

Ao redor, foram descobertos (em 1979) 129 valas comuns e poços, com ossos, objetos e roupas. Os principais pontos (são 19) foram sinalizados. Basta seguir o mapa fornecido quando se paga a entrada. Cada local tem uma placa explicando o que é. Uma delas, por exemplo, sinaliza onde o caminhão deixava, três vezes por mês, cerca de 30 prisioneiros (completamente assustados e de olhos vendados). Dali, já eram conduzidos para serem executados e atirados às valas e poços. Há, também, árvores decoradas com laços e fitas em memória das crianças ali mortas. Com certeza, é um lugar sinistro, mas que deve ser lembrado e, por isso visitado.

Um tuk-tuk até lá (ida e volta) custa US$ 10, no máximo. O motorista espera por você no local. O ingresso ao campo custa US$ 3 + US$ 3 pelo áudio-guia (disponível em várias línguas) que, neste caso, é indispensável. Os relatos têm uma ótima narração e são bem didáticos.

No dia 08 de novembro, às 6h45, partimos de ônibus para Ho-Chi-Min, no Vietnã. Compramos a passagem, no dia anterior, na agência CTT Net Travel & Tours, na Sisowat Quay (esplanada), ao lado do restaurante Karma onde tínhamos almoçado. Uma Van nos buscou no hotel e nos deixou na estação de ônibus. A viagem de ônibus (empresa Sorya Transport – há muitas outras) dura 6 horas para percorrer um trajeto de 240 km. Além da estrada não ser muito boa, há uma parada na fronteira (tanto do lado do Camboja como no lado do Vietnã) para trâmites de visto.





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