Simone

A cidade, cujo nome é uma homenagem ao mártir da Inconfidência Mineira, é um charme. Chegamos nela vindo de São João del Rei, pela Maria-Fumaça, passando pelos casarões centenários, ruas estreitas, igrejas, pelo seu conjunto arquitetônico valioso e pelo balneário de Águas Santas.

Em 1874, surgia a segunda ferrovia do Estado de Minas Gerais e a 13ª do Brasil: a Estrada de Ferro Leopoldina. Cinco anos depois, nascia a Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM), inaugurada em 30 de setembro de 1880, ligando, a princípio, as cidades de Antônio Carlos, próximo a Barbacena, e Barroso.

A EFOM foi considerada a ferrovia "mais" mineira, pois um ano após a inauguração, sua sede passou a ser São João Del Rei, resultado do esforço realizado pela comunidade local para que a ferrovia chegasse até a cidade. Alguns historiadores chegaram a considerar a EFOM como a primeira ferrovia do estado, já que as demais possuíam suas sedes no Rio de Janeiro (RJ).

O antigo motor a vapor foi substituído por um movido a óleo, que requer muita perícia e manutenção por parte dos maquinistas.

A ferrovia de São João del Rei possuía características bem peculiares. Sua bitola estreita, de 76 cm, a fez herdar o carinhoso apelido de "Bitolinha". A ferrovia chegou a atingir 602 km de extensão e pode ser considerada uma das raízes do que viria a ser, anos mais tarde, a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), herdeira da malha Centro-Leste brasileira, a partir do processo de desestatização da Rede Ferroviária Federal S.A., em 1º de setembro 1996.

Desde sua fundação, a ferrovia nunca parou de funcionar. O tráfego ferroviário nos 12 km do trecho entre São João Del Rei a cidade histórica de Tiradentes atrai muitos turistas e moradores locais, interessados em viajar pela história, a bordo das centenárias locomotivas, oriundas da Estrada de Ferro Oeste de Minas. O complexo Ferroviário de São João Del Rei foi tombado pelo patrimônio histórico, no dia 03 de agosto de 1989.

A maria-fumaça faz o trajeto entre Tiradentes e São João del Rey sextas, sábados, domingos e feriados (nos meses de janeiro e julho, circula de quinta a domingo). Parte de Tiradentes às 13h e às 17h; e de São João del Rei às 10h e às 15h. Tarifas: R$ 30 (ida) e R$ 50 (ida e volta) para adultos; e R$ 15 (ida) e R$ 25 (ida e volta) para crianças de 6 a 12 anos, estudantes e pessoas acima de 60 anos.

No local, visite também o Museu Ferroviário de São João Del Rei, aberto de terça a domingo, das 9h às 11h e das 13h às 17h. 

Destaque para a Estátua de Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier: 1746-1792). O monumento foi instalado em 19 de janeiro de 2002 pela Câmara e Prefeitura Municipal, como marco dos 300 anos de fundação da cidade de Tiradentes. A estátua retrata a figura do filho mais ilustre desta cidade, que quando jovem partiu de sua terra rumo a Vila Rica com ideais libertários.

A Igreja Matriz de Santo Antônio, com formas esculpidas por Aleijadinho em sua fachada, é considerada a segunda igreja mais rica do Brasil (a primeira é a Catedral Basílica de Salvador), reunindo em seu interior cerca de meia tonelada de ouro. O teto, todo pintado a ouro, foi doado pelos mineradores no auge do ciclo do ouro. No adro da igreja, encontra-se, desde 1785, um relógio de sol feito em pedra-sabão pelos artesãos locais. E, ao lado, um pequeno cemitério.

Edificada entre 1710 e 1752. As pinturas são do final do século XIX. O órgão de origem portuguesa, ali presente e fabricado por Manuel Victor de Jesus, é uma das peças mais preciosas de Minas Gerais.

Outras igrejas belas são a São Francisco de Paula; a do Rosário dos Pretos; e a Nossa Senhora das Mercês.

Outras atrações são: Museu Padre Toledo (foi nessa casa que aconteceu, em 1788, a festa de batizado de dois filhos de Alvarenga Peixoto e Bárbara Heliodora; e, no século XIX, hospedou os dois imperadores brasileiros: D. Pedro I e D. Pedro II); Museu de Arte Sacra (antiga cadeia, construção de 1730; foi devastada por um incêndio em 1829, tendo sido reconstruída em 1835); e Casa da Câmara (diferente das outras casas de Câmara do período colonial, do século XVIII, não foi construída ao lado da cadeia pública).

Um dos mais belos exemplares do período colonial, o Chafariz de São José foi construído pela Câmara Municipal em 1749 para abastecer a cidade de água potável.

Apresenta elementos tipicamente barrocos, pilastras, coruchéus (torreão ou torre pontiaguda que coroa um edifício), volutas (formas em espiral muito utilizadas como objeto de adorno, no arremate de capitéis de colunas) e cruz, e possui três carrancas esculpidas em pedra, que jorram água em um tanque único, um pequeno nicho com a imagem de São José de Botas e um brasão com as armas de Portugal.

Ainda hoje atende à população, trazendo água puríssima da Serra de São José em um antigo aqueduto de pedra. Localizado no Largo do Chafariz, Centro.

Tiradentes está a 170 km de Ouro Preto e a 205 km de Belo Horizonte.

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