SC | Laguna

Visitamos Laguna, em março de 2007, e ficamos 3 dias.

A cidade não é bonita. E não é o melhor local para casais. Carece de estrutura, como bons cafés, restaurantes e hotéis. Talvez o que tenha a oferecer de melhor seja mesmo a natureza. Então partimos para visitar algumas praias, de táxi ou de ônibus. Mas o maior destaque da região é o Farol de Santa Marta, a 17 km do centro de Laguna.Praia do Gi: de águas cristalinas, é bastante frequentada pela população local. Possui 6 Km de extensão e termina em uma pequena elevação de terra e rochas – a ponta do Gi –, onde está a famosa Pedra do Frade, que desafia a lei da gravidade, posicionada verticalmente. com seus 9 metros de altura.Praia do Sol: calma e tranquila, situada ao norte da praia do Gi.

Praia do Iró: chama a atenção pelas suas pedras avermelhadas que adentram no mar.Balneário Mar Grosso: possui águas e areias claras. Suas larga faixa de areia proporciona lazer à beira-mar, de banhos de sol a atividades esportivas. No lado sul da praia do Mar Grosso, estão os Molhes da Barra, um quebra-mar de pedras de 2 Km de extensão que avança no mar, muito procurada pelos pescadores.Praia do Tamborete: também conhecida como Praia da Ponta, fica próxima aos molhes do sul. É procurada por aqueles que gostam de acampar e também por surfistas. Possui belos costões e, do alto do Morro do Tamborete, é possível contemplar diversas praias. Para chegar à praia é preciso fazer a travessia de balsa sobre os Molhes da Barra.Há, também, a praia do Gravatá, totalmente agreste. Tanto que o acesso é feito somente por trilhas, como a dos Butiazeiros que parte da Ponta da Barra até o mar. No caminho é possível encontrar o butiá, famosa fruta nativa. A praia deserta atrai surfistas pela qualidade das ondas. Para chegar é preciso fazer a travessia de balsa pelos Molhes da Barra.A praia da Galheta é outra acessada pela travessia de balsa pelos Molhes. É ideal para os que preferem locais mais desertos, seja para construir uma casa de veraneio, ou para passar alguns dias. O turista encontra serviços de pousada, casas para aluguel, restaurantes e lanchonetes.

Outros atrativos

Banhada pelo Oceano Atlântico, Laguna é cortada por duas grandes lagoas: a de Santo Antônio dos Anjos e do Imaruí, de onde vem a maior parte do pescado (principalmente camarão e tainha) que sustenta a economia local.O pescado é muito comercializado no Mercado Público, à beira da lagoa. Inaugurado no ano de 1957, o atual mercado foi construído para substituir o antigo, de 1897, destruído por um incêndio.As pequenas embarcações, inclusive escunas que passeiam em direção a alto mar, partem das Docas, localizadas às margens da Lagoa de Santo Antônio dos Anjos. No passado, também esteve ali ancorado o navio Seival, conduzido por Giuseppe Garibaldi, desde o interior do Rio Grande do Sul para a tomada de Laguna.Os Molhes da Barra são o ponto onde as águas das lagoas e do Rio Tubarão encontram o mar. Os molhes possuem 1 km de extensão, com acesso para carros de ambos os lados. O local é apropriado para a prática da pesca com caniço, linha e com tarrafa, incluindo a famosa pesca com auxílio dos botos, que interagem com os pescadores.

O Centro Histórico da cidade não está muito preservado. A área do importante monumento Marco de Tordesilhas foi descaracterizada, com a construção de um prédio comercial que impede a melhor visibilidade do local.Antes mesmo de ser colonizada, Laguna já entrava para a história como limite territorial entre Portugal e Espanha. O monumento foi erguido em 7 de junho de 1975 para lembrar a assinatura do Tratado de Tordesilhas, firmado entre Portugal e Espanha, em 7 de junho de 1494, que estabelecia uma linha imaginária 370 léguas a oeste do Arquipélago de Cabo Verde, sendo que as terras a leste desse meridiano pertenceriam a Portugal. O trecho de terra limitado pelo tratado se estendia de Belém do Pará, ao norte, até Laguna, ao sul.Fomos ao Museu Anita Garibaldi, prédio histórico construído em 1747 com a denominação de Paço do Conselho. Serviu de cadeia pública na parte inferior e, na superior, de Câmara Legislativa. Ali foi assinada e proclamada a República Juliana, em 1839, quando Santa Catarina separou-se do regime monárquico e em Laguna instalou-se a Capital da República Juliana. O museu foi fundado pelo Centro Cultural Antônio Guimarães Cabral em 1949 em homenagem ao centenário da morte de Anita Garibaldi, fechado por algum tempo, e aberto definitivamente para visita pública em 1956. Hoje, o museu conserva muitas peças de elevado valor histórico e arqueológico, como a mesa onde foi assinada a ata da Proclamação. Na praça em frente ao museu, está a estátua inaugurada em 20 de setembro de 1964 em homenagem à heroína.

A “heroína dos dois mundos”, como é chamada Anita Garibaldi, também recebeu um espaço especial que conta um pouco de sua história: o Museu Casa de Anita. A casa, transformada em relicário histórico, foi erguida em 1711 e é onde Anita se vestiu de noiva para seu primeiro casamento. Os visitantes encontram móveis da época e utensílios pessoais, além de uma urna com terra do local onde Anita foi enterrada, no cemitério de Ravena, na Itália. Outra peça interessante guardada pelo museu é o mastro do navio “Seival”, uma das embarcações transportadas por Giuseppe Garibaldi.

Passamos, também, pela Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos. Foi construída por Domingos de Brito Peixoto, fundador da cidade, em 1696. Na época, era uma capelinha de pau-a-pique, sendo substituída, em 1735, pela atual. Os quatro altares laterais e a Capela do Santíssimo, toda folheada em ouro, formam com a Sacristia e o Batistério, a segunda parte mais antiga da Igreja. O padroeiro da cidade, Santo Antônio dos Anjos, ocupa o altar-mor da igreja. As torres foram edificadas apenas em 1894 e o relógio foi colocado em 1935. As imagens são peças artísticas, esculpidas em madeira e decoradas com ouro. Possui ainda, a tela da Imaculada Conceição “La Madonna” do pintor catarinense Victor Meirelles, concluída em Roma em 1856.

Com 126 metros de altura, o Morro da Glória é o ponto mais alto de Laguna, de lá se podendo avistar toda a cidade, as praias e as lagoas. O acesso é fácil, a estrada que leva ao Morro da Glória é toda pavimentada com asfalto. No local, está edificada a imagem de Nossa Senhora da Glória, idealizada pelo padre Gregório Warmeling, e construída em 1953 pelo casal alemão Alfredo Staege e Elisa Faccio Staege. O monumento possui 14 metros de altura. Vale a pena a subida.