
Complexo de templos construídos na zona de Angkor, a antiga capital do Império khmer durante a sua época de esplendor, entre os séculos IX e XV, quando os Khmers controlaram um grande reino hindu-budista no Camboja.

Uma sucessão de reis khmer foi contribuindo para o esplendor artístico de Angkor, com centenas de palácios e templos budistas e hinduístas, os últimos dedicados aos deuses Shiva e Vishnu. O rei Jayavarman II, descendente de tribos vindas de Java por volta do ano 800, tornou-se o primeiro devaraja, ou rei-deus, e instalou-se sucessivamente em quatro capitais, todas bem perto do Tonlé Sap, à letra “Grande Lago”, que é, de facto, o maior do país.

O reino de Angkor elaborou um complexo sistema de diques, canais e reservatórios, que chegou a prover a cerca de um milhão de habitantes. O maior dos reservatórios, o Baray Ocidental, tinha 8 km de extensão, mais de 2 km de largura e uma profundidade de 12 metros, representando uma capacidade de armazenamento de mais de duzentos milhões de metros cúbicos de água. Ainda hoje se vê claramente o seu leito, embora só fique cheio na altura da monção, à falta de manutenção regular.
Todos os templos são suntuosos, demonstrando quão grandiosos deviam ser em sua época. Muitos foram restaurados ou estão em fase de restauração.

A grande maioria dos cambojanos é de descendência Khmer e uma pequena parcela de origem dos países vizinhos. No passado ele já se chamou República Khmer e República Popular do Kampuchea (fundada pela Frente Unida de Salvação Nacional Cambojana, um grupo de esquerdistas descontentes com o Khmer Vermelho cambojano, depois da derrubada do Kampuchea Democrático, o governo de Pol Pot).
Após o almoço, seguimos para Angkor Thom. Uma cidade murada de 3 km², construída entre o século XII e XIII, devotada ao budismo, cujo rei era Jayavarman VII. Possui cinco grandes portões de entrada (o portão sul é o mais belo e mais bem preservado), um deles conduzindo à área do Palácio Real. Esse portão sul tem imponência, com 54 esculturas de cada lado. Do lado esquerdo estão os ‘devas’ (deuses guardiões), e do lado direito estão as ‘asuras’ (figuras demoníacas).
Nosso motorista Thy contou-nos com orgulho que o templo já foi cenário de cinema. Ali, ocorreram as filmagens do longa-metragem‘Lara Croft: Tomb Raider’, de 2001, com a atriz Angelina Jolie.
O Templo Bayon é o principal tempo de Angkor Thom, com números impressionantes. Tem três andares, quarenta e nove torres, cento e setenta e dois rostos de pedra, mil e duzentos metros de baixos-relevos. A princípio não parece mais que um monte de pedras, mas a cada passo descobrimos um nariz, dois olhos e depois uma boca que se sobressaem, deixando ver traços tipicamente khmer.

Subindo aos terraços, ficamos cercados de faces gigantes com aqueles sorrisos de felicidade que olham para os 4 pontos cardeais. Na torre central, está a figura do buda rei. Ao redor, leões elefantes e nagas (cobras-capelo) guardam as entradas, impávidos e cinzentos.
A partir da porta de entrada para Angkor Thom, há uma estrada de 1,5 km que conduz até Bayon.
Outros prédios de Angkor Thom são Phimeanakas (templo hinduísta erguido pelo rei Jayavarman V, entre o final do século X e início do século XI), Terrace of the Elephants e Terrace of the Leper King, onde estão esculpidos demônios, seres mitológicos, deuses, reis e o Buda. Do lado oposto ao Terrace of the Elephants estão as torres de Prasat Suor Prat. Há, também, o Preah Khan, construído pelo rei Jayavarman VII.

Ta Prohm é o nome moderno, pois originalmente chamava-se Rajavihara. Construído no final do século XII e início do século XIII, está localizado a aproximadamente 1 km a leste de Angkor Thom e no extremo sul da East Baray (reservatório artificial construído em torno do ano 900, durante o reinado do rei Yasovarman). O templo foi fundado como um mosteiro Budista Mahayana e universidade pelo rei Khmer Jayavarman VII, que reinou de 1181 a 1220.
Diferentemente da maioria dos templos de Angkor, Ta Prohm foi deixado em grande parte na mesma condição em que foi encontrado. Com diversas representações da vida cotidiana do povo que ali viveu e de seus deuses, parece hoje esculpido pela natureza. Raízes de árvores crescem sobre as pedras que se misturam formando, muitas vezes, um só monumento. Essa combinação meio exótica agrada os visitantes.
Angkor, que na língua local significa “Cidade Sagrada”, é mesmo uma relíquia da humanidade. Um complexo de templos, palácios, lagos e bibliotecas impressionante, tanto pelo tamanho como beleza, repleta de detalhes. Não é à toa que é o símbolo do país e está presente na bandeira nacional.
Os seus relevos e estatuária revelam as requintadas pompas do rei-deus, que incluíam desfiles de elefantes, apsaras (dançarinas dos templos), faustosas celebrações de vitória sobre os inimigos e cenas do Mahabarata, célebre obra épica hindu.
Durante o século XIV, o hinduísmo foi sendo substituído pelo budismo, que veio a tornar-se a religião maioritária no Camboja.
E este legado quase foi destruído durante o domínio do Khmer Vermelho. Os recentes anos 70, 80 e 90 deixaram cicatrizes marcantes nas áreas econômica, política, social e física do país. Há ainda, nos arredores dos templos, assustadoras placas chamando a atenção para o perigo de minas terrestres.
Inicialmente dedicado a Vishnu (deus hindu), depois foi convertido em um monumento do Budismo Theravada. Construído pelo rei Jayavarman VII, no século XII.
Dentro do complexo, está o Baksei Chamkrong, um pequeno templo hindu, dedicado ao rei Shiva e usado para guardar uma imagem dele de ouro. Foi construído para Yasovarman por seu filho, o rei Harshavarman I.
Aproveite para tirar fotos dos monges. Sempre há muitos deles visitando os templos que se destacam com as vestes de cor laranja.
Nenhum comentário:
Postar um comentário