Simone

No dia 24 de maio, às 18h30, deixamos Barreirinhas com destino a São Luís, a capital do Maranhão. Optamos por este horário para passarmos o dia em Lençóis. Deixamos nosso quarto desocupado e a bagagem, na recepção da pousada.

Compramos a passagem (R$ 25) pela empresa
Cisne Branco. Chegamos em São Luís às 23h (4h30 de viagem). Além do horário acima, há ônibus partindo às 5h30, 6h, 9h e 14h. O site da empresa é: www.cisnebrancoturismo.com.br e os telefones, em São Luís, são: 98 3243.2847 / 3245.1233.
Ficamos hospedados na Pousada do Francês (Rua 7 de Setembro, 121, Centro – fica próxima à rodoviária). A pousada é um antigo casarão, com muitos quartos e grandes. Diária a R$ 80, com café da manhã. Contatos: 98 3231.4844 / 3231.4901 ou pousada@elo.com.br.
Outra dica é a Pousada dos Leões (Rua da Cruz/Sete de Setembro, 287, Centro). E-mail: pleoes@pousadadosleoes.com.br. Site: www.pousadadosleoes.com.br.


São Luís está situada entre os rios Anil e Bacanga, e o seu trecho histórico está a oeste. Fundada pelos franceses, foi depois invadida pelos holandeses e, finalmente, colonizada por portugueses. O resultado foi uma mistura única de influências que gerou um mosaico histórico.

A marca registrada da cidade é, sem dúvida, os Azulejos Decorados, uma antiga arte portuguesa. Em fins do século XVIII, toneladas de azulejos decorados foram descarregadas em São Luís e instaladas em fachadas e interiores de residências. Sua utilização foi imensa, devido, sobretudo, ao clima úmido e equatorial da cidade, que danificava pinturas e rebocos, e logo transformou os azulejos na melhor solução para os revestimentos.
São centenas de casarões, incontáveis fachadas cobertas por azulejos, sacadas de ferro, janelas e portas em arco, que abrigam desde residências até hotéis, pequenas lojas, mercados, museus, casas de cultura, restaurantes, ateliês, agências de turismo e oficinas de artesanato.

Uma dica é tomar como ponto de partida a praça situada em frente ao Terminal Hidroviário. Siga então em frente pelas ruas, becos, ladeiras e escadarias que compõem o conjunto. Ao todo são 107 mil m² de área urbana tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, envolvendo cerca de 20 quadras e 300 edificações, e constituindo o mais extenso e valioso conjunto de arquitetura colonial portuguesa do século XIX.
Passear pelas ruas de São Luis já é um programa em si. A Casa do Maranhão é um dos destaques, onde se aprende muito sobre a cultura desta terra. Há, ainda, o Palácio La Ravadière, construído em 1689 em homenagem ao fundador da cidade, Daniel de La Touche; e o imponente Palácio dos Leões, que hoje abriga a sede do governo estadual. Diversos de seus aposentos estão abertos à visitação pública, com móveis, esculturas e pinturas belíssimas.

As igrejas de São Luís não somente fazem parte do rico conjunto arquitetônico, como contam histórias que remontam aos tempos mais antigos da província.
São exatamente 9 Igrejas: Matriz da Sé; de Santo Antonio; de São João Batista; dos Remédios; do Desterro; do Carmo; Nossa Senhora do Rosário dos Pretinhos; de Santana; e São Pantaleão.
O Convento de Santo Antônio, por exemplo, foi inaugurado em fevereiro de 1625, possuindo a Capela do Senhor Bom Jesus dos Navegantes, local em que o Padre Antônio Vieira fez o "Sermão dos Peixes” contra a escravização dos índios. Possui altar-mor neoclássico. Em 1867, a Igreja foi construída ao lado do Convento, tendo a capela se incorporado à parede da igreja.


O Convento foi palco de reuniões preparatórias da Revolta de Beckman (1684).
Outro fato interessante foi o célebre processo que os franciscanos moveram contra as formigas. É isso mesmo! No início do século XVIII as formigas desfalcaram a despensa e ameaçaram a segurança do convento.
Além disso, o Convento já hospedou grandes líderes religiosos, como o Papa João Paulo II.


Adiante do Palácio dos Leões, está a Igreja Matriz da Sé (Praça Pedro II), erguida em 1626, em homenagem à Nossa Senhora da Vitória, protetora dos portugueses na Batalha de Guaxenduba, quando estes derrotaram e expulsaram os franceses de São Luís. O altar-mor é ricamente talhado em ouro. E a Igreja do Desterro, erguida no mesmo local onde os primeiros colonizadores fizeram uma capela em devoção à Nossa Senhora do Desterro.


A pouca distância do centro, está um lugar bastante agradável para passear, a Praça Gonçalves Dias, situada em uma colina, onde também há uma bela igreja. A localização elevada permite uma boa visão da foz do rio Anil e das duas pontes que ligam a cidade histórica à cidade nova.


A lagoa da Jansen é um dos recantos mais agradáveis da cidade. São 6 mil m² de área, repleta de quiosques, restaurantes, quadras de esportes e ciclovias. A pouca distância da lagoa encontra-se a parte moderna da cidade, com luxuosos prédios residenciais, excelentes hotéis, e o imenso São Luís Shopping, com cinemas, restaurantes e grandes lojas de departamento.
Outra particularidade de São Luís é sua fama de capital nacional do Reggae, que até lhe rendeu o título de Jamaica Brasileira.

Praias em São Luís

As praias não são os principais atrativos de São Luís – as águas ficam escuras na área próxima ao centro. Mas quem não abre mão de um banho de mar encontra bons pontos, como as praias de Calhau, Ponta d’Areia Olho d‘Água e Araçagi. E para os surfistas a melhor opção é a praia São Marcos.

Calhau
A praia de águas calmas, dunas e vegetação rasteira acompanha toda a Avenida Litorânea. O movimento é grande nos finais de semana, tanto de banhistas quanto de adeptos de atividades esportivas, como corrida e ciclismo. O charme fica por conta dos quiosques padronizados e dos restaurantes sobre palafitas.

Araçagi A 19 km do centro, a beleza das dunas e os quiosques de comidas típicas que servem os freqüentadores em barraquinhas individuais e acessíveis por carro (os automóveis ficam estacionados na areia, ao lado da barraca exclusiva) são as maiores atrações.

Olho d'Água
O visual é rústico, formado por dunas, morros e falésias, porém Olho d'Água é urbanizada e bastante movimentada. Os ventos fortes que sopram por ali entre os meses de julho e dezembro atraem os praticantes de esportes à vela.

Ponta d'Areia
Mais próxima, fica a 4 km do centro e tem fácil acesso. É, também, a mais freqüentada, embora não seja indicada para banhos. Clubes de reggae espalham-se ao longo da orla. Ali, estão alguns dos melhores restaurantes e hotéis da cidade. Todavia nada impressiona tanto como uma caminhada pela areia durante a maré baixa. Você sabia que São Luís é um dos lugares do mundo onde é maior a diferença dos níveis entre maré alta e baixa? São 8 metros de diferença. Apenas na baía de Saint-Michel, França, existe uma maré maior. Em São Luis, duas vezes ao dia, o mar parece fugir da terra. Por algumas horas então podemos avançar centenas de metros em meio às poças deixadas para trás.

São Marcos
É a preferida dos jovens e surfistas. Os bares garantem a animação durante o dia e à noite. A paisagem é formada, ainda, por dunas cobertas de verde e ruínas do Forte São Marcos, erguido no século XVIII.

Comidas típicas


O
Arroz de Cuchá, preparado com camarão seco e gergelim, é um de seus pratos típicos. Experimentamos na Praia de Calhau. A mandioca também está sempre presente nas mesas maranhenses, e serve de ingrediente para farinhas, bolos e docinhos. Peixes e frutos do mar podem ser saboreados em cada esquina, assim como as deliciosas frutas regionais: bacuri, cupuaçu, murici, cajá, sapoti, jussara, jenipapo e graviola.

Uma curiosidade é o Guaraná Jesus, bebida oficial de São Luís. O refrigerante cor-de-rosa foi criado em 1920 por um empresário e logo se transformou num sucesso, a ponto de interferir nas vendas da Coca-Cola. Foi, então, que a multinacional de bebidas comprou a licença do Guaraná Jesus, e hoje é a Coca-Cola quem produz, engarrafa e distribui o Guaraná Jesus em todo o estado.

Outra bebida muito apreciada no Maranhão é a cachaça Tiquira.


Alcântara
É outro passeio obrigatório para quem visita São Luís. Para chegar lá é necessário tomar um dos barcos que saem do Terminal Hidroviário, já que está situada do outro lado da Baía de São Marcos. A travessia dura cerca de 80 minutos, e costuma ser agitada, sendo freqüentes os casos de enjôo entre turistas. Mesmo assim, não se pode deixar passar a oportunidade de conhecer esta cidade que tanto se preparou para a visita do imperador Pedro II. Na ocasião, cada coronel mandou construir um casarão maior que o do seu vizinho, todos querendo ter a honra de abrigar o imperador quando ele chegasse.

Infelizmente D. Pedro II acabou nunca indo a Alcântara, frustrando seus anfitriões. Em compensação, a competição para construir belas mansões legou à história e aos turistas um conjunto histórico como poucos, onde se destacam a Casa de Câmara, a Cadeia Pública, o Pelourinho e a Igreja do Carmo.

A GB Tur, em São Luís, vende passeios para Alcântara, saindo diariamente às 9h, por R$ 60. Também oferece city tour histórico na capital, a R$ 40 por pessoa; e excursões para os Lençóis Maranhenses, a R$ 110, bate-e-volta, e a R$ 220, por 2 dias. Telefones: 98 3239.1651 / 8827.5314.
No dia 26 de maio, acordamos cedo para regressarmos a Brasília (DF).

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